terça-feira, 10 de agosto de 2010

A música brasileira vai muito bem, obrigado.


Já ouvi de alguns amigos que viveram as décadas de 60 e 70 – quando surgiram Chico, Caetano, Gil e outros dinossauros – que a música brasileira estava acabada, que hoje só havia porcaria, que os últimos compositores com alguma dignidade foram Cazuza e Renato Russo. Eu, como bom mineiro, sempre duvidei.

Com tudo que a internet proporciona, não seria tão difícil provar a falácia na opinião caduca dos meus amigos. Comecei a prestar atenção ao que andava sendo feito pelo Brasil afora. E a minha suspeita se confirmou: a música brasileira não apenas não morreu, como está vivíssima, borbulhante.



São tantos bons nomes que fica impossível mencionar todos e fazer justiça a essa nova geração. Só para se ter idéia, cito alguns nomes da cena paulista como Beto Villares, CéU, Rodrigo Campos, Luisa Maita, Kiko Dinucci, Verônica Ferriani, Ana Cañas, Diogo Poças, Iara Rennó, Curumim, Andréia Dias, Romulo Fróes e Mariana Aydar. Isso pra não falar em outros nomes como Nina Becker, Pedro Miranda, Thalma de Freitas, Bruno Morais, Eddie, Siba, Moveis Coloniais de Acajú, Cibelle, Tita Lima e a mineirinha Marina Machado.

Nos últimos tempos, tenho ouvido, cada vez mais, discos belíssimos; verdadeiras preciosidades. Algumas composições, inclusive, ingressam a minha categoria “Músicas que eu gostaria de ter composto”. Quem acompanha o blog sabe disso. Mas não custa lembrar. Um rápido Top 5 de cabeça:

1 – Rodrigo Campos “São Mateus não é um lugar tão longe assim” (2009)
2 – CéU “Vagarosa” (2009)
3 – Verônica Ferriani & Chico Saraiva “Sobre as palavras” (2009)
4 – Pedro Miranda “Pimenteira” (2009)
5 – Bruno Morais “A Vontade Superstar” (2009)

E o que mais me deixa feliz nessa nova safra é que a grande maioria vem, não só com som novo, mas com letras novas. É claro que gravar músicas já conhecidas, sob uma roupagem contemporânea, tem lá seu valor. Porém, é bom saber que existem bons letristas por aí. Destaco as composições do Pedro Miranda, do Chico Saraiva e do genial Rodrigo Campos.

A diferença para as décadas anteriores é que a produção fica pulverizada. É muita gente e pouco espaço. Ainda que a internet ajude muito nesse quesito, não dá para conhecer todo mundo. Os festivais que ainda resistem não têm a mesma força dos antigos festivais da Record. Muita gente boa acaba vivendo quase no anonimato ou restritos às suas cidades. Com exceção da CéU, os demais dificilmente terão a oportunidade de fazer uma turnê nacional para lançamento dos seus discos. O que é uma pena porque, embora ouvir o disco em casa seja muito bom, poder presenciar um show é outra história.

De fato, quem não sabe usufruir aquilo de bom que a internet tem a oferecer não será capaz de conhecer um terço dos nomes que eu citei. Eu mesmo fico estarrecido frente à quantidade e qualidade dos recentes trabalhos. Infelizmente, não ouço tanto quanto posso ou gostaria. Ainda assim, com o pouco que ouço, sou capaz de dizer uma coisa: a música brasileira vai muito bem, obrigado!

Alguns links para se inteirar sobre a música brasileira:
Um que tenha - Blog por onde baixo a maioria das coisas que ouço.
Música de Bolso - Belíssimo projeto com nomes da nova safra tocando músicas em lugares inusitados.
Do Brás à Vila Madalena - Reportagem do G1 falando de alguns nomes como Kiko Dinucci, Rodrigo Campos e Luísa Maita.

* Na foto, os discos de CéU, Luisa Maita, Rodrigo Campos, Beto Villares, Verônica Ferriani & Chico Saraiva e Marina Machado

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