segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Um monólogo e um diálogo...

Diálogo de egos

- E se atirasse na cabeça?
- Não, muito banal...
- E se me enforcasse?
- Não, muito antiquado.
- E se tomasse veneno?
- Não, ia sofrer muito.
- E se fizesse poesia?
- Aí sim teríamos uma morte digna

(01/04/05)

Monólogo

- Queria amar, mas faltam-me palavras.
- Ah, poeta estúpido! Palavras não servem para amar.
- O que então?
- Você deve amar pessoas.
- Pessoas não me apetecem... quero amar palavras!
- Mas palavras não são como pessoas.
- Eu sei, palavras são mais importantes.
- Ora, então por que perde tempo conversando comigo?
- Você não existe! Eu te inventei, com as minhas palavras.
- (...)
- Viu só?! Se não te dou palavras, você termina.

(18/08/05)

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