e acabou 2010. não foi lá um grande ano, mas teve, sim, suas delícias. porque, embora tenha passado a primeira metade do ano na insegurança do desemprego, no segundo semestre as coisas se ajeitaram e voltei a dar aulas; e isso faz um bem danado. sim, o salário não é aquela maravilha, mas ali, dentro de sala a gente esquece tanta coisas. e é um prazer só. claro que os alunos não fazem as lições, não estudam para as provas e ficam em recuperação final por pura preguiça, te obrigando a trabalhar até o dia 21 de dezembro. e vejam vocês que, ainda assim, dar aula me faz bem.
e o emprego me fez voltar à itabira. foi como se eu acabasse voltando um pouco à infância, deparando-me com alguns fantasmas. porque há uma saudade aqui que cobra muito de mim. e há sempre aquela tentação ancestral me cantando baixinho ao ouvido: "vai!". por vezes, quase pude sentir o cheiro das goiabas que jogava nas pessoas do alto do muro na casa do daniel. e ainda não sei o que há de belo e o que há de triste nessa lembrança.
mas se houve fantasmas, houve carinho. e foi a volta que me mostrou que é possível se apaixonar e que o amor - eterno enquanto dure - é das melhores coisas do mundo. e ainda mais: esse mesmo amor é uma das coisas que mais machucam o sujeito. sabe aquela dor que não há morfina que dê jeito? pois é... mas aí, de novo o aprendizado: assim como não há delícia que dure pra sempre, não há dor invencível.
agora, em 2011, mais uma volta. dessa vez, de volta à beagá ainda que sem perder os laços profissionais e afetivos com itabira. encarar semanalmente a br-381 precipita-se como o grande desafio desse início de ano. mas há o alívio imenso de estar novamente na cidade que tem me formado como homem, de estar junto de muita gente que tanta falta me faz aqui. e, claro, de cerveja no maletta às duas da tarde ou às três da manhã, conforme o convite.
é isso. e que 2011 acabe com a raça de 2010, sem dó, sem misericórdia, sem piedade; mais ou menos como a vida é... ou não é?
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