enfim o passeio ao parque, adiado duas vezes por culpa da chuva. ana não entendia porque as pessoas tinham tanto medo da chuva.
dois gatos andavam logo na entrada. mas antes dos gatos, ana já ouvira o gralhar de umas aves que não conseguiu encontrar até o final do passeio. pôs-se a listar as coisas: pessoas dormindo na grama, um casal de namorados brincando, um casal de namorados conversando, um casal de namorados namorando. tivesse ana um namorado, o levaria ao parque.
algumas pessoas davam voltas correndo pela lagoa e ana não entendia o propósito daquilo. afinal de contas, que graça tem ir ao parque e ficar correndo sem dar a devida atenção a todas as coisas pequeninas que não dá pra gente ver quando passa assim, correndo?
uma moça chorava ao seu lado. era ruiva e tinha algo na mão. uma carta! uma carta que seu irmão deixara pra ela antes de fugir pro japão. era um lugar longe o japão. e já havia se passado nove anos desde que o irmão daquela moça ruiva fugira. ana não sabia se era esse o motivo do choro, mas ficou satisfeita em pensar que ele poderia ter fugido. talvez porque ele queria ver mais pessoas diferentes, e no japão dizem estar cheio de pessoas.
enquanto pensava nisso tudo, ana tomou um susto: a moça sumira. e o pior: antes que ana pudesse lhe dar um abraço! era um abraço simples, só para a moça não se sentir tão triste por causa do irmão no japão. foi então, com aquele abraço por dar, que ana descobriu a saudade. a saudade era um abraço pela metade.
3 comentários:
Tipo, você tá pensando em escrever o livro "As aventuras de Ana" ou algo parecido?
Se for o caso, tem meu apoio!
a idéia é essa mesmo, cara. mas eu vou sem pressa.
me sinto meio ana hj, mais do que me sinto em muito tempo.
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