sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

daqui

todas as suas necessidades, agora, eleitas num ser. era antes, era ontem; o ano passado ou o ano que vem. contava os dias em dedos que lhe sobravam sempre, sempre... porque, no dia anterior, quando o relógio bateu três.e.onze; quando a fresta da janela soprou aquele vento meio frio, meio alívio; quando o teto do quarto imobilizou-se num instante anterior; quando as vozes sob ele, finalmente o deixaram em paz; quando a chuva lá fora recomeçou pela terceira vez na noite; quando o lençol - velho - da cama soltou-se, por conta do movimento excessivo; quando o relógio bateu - finalmente! - três.e.doze; ele se levantou. calmo. grave. seguro de todas as escolhas que fizera nessa vida. olhou pela janela e viu aquela noite solvente da sua infância. era a mesmíssima noite de vinte.e.sete.anos atrás. uma noite idêntica! era sua noite: irresoluta e incurável dando razão a todos, absolutamente todos os seus heróis.

Nenhum comentário: