sexta-feira, 5 de setembro de 2008

sobre as querelas filosóficas

ao longo da graduação na filosofia, a gente vai conhecendo mais a fundo os grandes filósofos da história. e é um movimento mais ou menos natural concordar com quase tudo que o filósofo estudado no momento diz. daí, você passa para os precursores e vai vendo como todas as críticas e aperfeiçoamentos filosóficos fazem ainda mais sentido. tu lê o cogito ergo sum e pensa que toda a história da filosofia poderia ter acabado ali mesmo. mais daí vêm o empirismo britânico e mostra o tamanho do delírio cartesiano. claro, os professores ajudam a te fazer tomar partido, uma vez que eles têm uma vida toda dedicada ao autor que eles estudam.

mas nessas brigas filosóficas, é muito mais divertido ver como uns filósofos se referem aos seus adversários, falando da maneira mais polida: "esse sujeito só escreveu babaquices e tem gente que ainda lhe dá crédito!". nós, meros estudante, podemos dizer sem o menor pudor: "leibniz era uma lavadeira safada que contribuiria muito mais pra história da humanidade se escrevesse um tratado sobre amaciantes!". é isso, mantemos a tradição com um pouco menos de estilo.

abaixo, um polido xingamento do filósofo e poeta escocês james beattie ao também filósofo e escocês david hume. o motivo do xingamento? dizem que hume zombou de alguns dos poemas de beattie.

"o juiz corrupto; o cortesão que se prostitui; o governante que se enriquece pilhando e sugando o sangue de seu país; o velhaco que usurpa os bens de um órgão e de uma viúva; o opressor que para satisfazer seu apetite bestial abandona o digno camponese à miséria e desespero; o hipócrita; o boêmio; o viciado em jogo; o blasfêmio - todos eles furariam os ouvidos quando soubessem que um autor tão celebrado escreveu um livro cheio dessas doutrinas cômodas."

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