terça-feira, 21 de outubro de 2008

o primeiro clássico

domingo eu estreei em clássicos. foi meu primeiro cruzeiro x atlético no mineirão. pra quem é torcedor de verdade, sabe o quanto um jogo desse mexe com o sujeito. e não é aquele tipo de rivalidade a la flamengo x fluminense ou palmeiras x corinthians. porque tanto no rio e em são paulo você tem outros times que acabam dividindo a rivalidade. em minas não! só existem cruzeirenses e atleticanos. só entende isso quem é gaúcho - onde só se tem inter e grêmio - ou baiano - com bahia e vitória.

pois bem, o clássico é o jogo que define o humor do torcedor ao longo de duas semanas, a anterior e a posterior ao certame. digo isso porque na semana passada, a concentração desvia-se a todo momento para o acontecimento de domingo. a faculdade fica pra depois e a todo momento você procura notícias de seu time e do adversário. quem joga? quem não joga? qual será o banco? quem apita? - aquele safado! tirou a vitória do cruzeiro no jogo do ano passado contra o santos aos 49 do segundo tempo, quando só tinha dado 3 de acréscimo! - todas essas são questão que perpassam a mente de torcedor.

e aí vem a venda de ingressos. teoricamente não teria que enfrentar filas porque tenho o cartão que dá direito a ingressos sem fila. mas como o mando de campo era do adversário, precisaria enfrentar uma fila ainda que bem menor que a tradicional. e lá vamos nós, os torcedores, às 8 da manhã debaixo de sol, perdendo trabalho, matando aula - sem contar os que dormiram na fila. a resenha ajuda a passar o tempo. ali, todo mundo é igual, todo mundo tem o mesmo objetivo.

ingresso na mão é hora de esperar - agonia! - até o domingo, que chega, sabe-se lá em quantos anos. na noite anterior, pois claro, não há sono. ainda assim, sonha-se com o jogo. o placar, os artilheiros e os lances cruciais. se o jogo é às 16, abre-se mão de almoçar em casa. quanto antes chegar ao estádio, melhor. lá sempre haverá o tropeiro - almoço oficial do verdadeiro torcedor.

desde a primeira vez que fui ao mineirão - cruzeiro 2 x 0 grêmio 27/05/97 gols de elivélton e alex - a emoção maior não é o gol ou o título, mas os degraus derradeiros antes de subir à arquibancada e ver o campo lá embaixo. a mesma emoção de 9 anos atrás, eu sinto até hoje. a mesma emoção eu senti no domingo passado.

do jogo, a gente lembra muito pouco. porque antes, durante e depois da bola rolar o que existe é grito, é suor, é lágrima. e depois da vitória volta-se pra casa sem o maior peso do mundo nas costas, com o sentimento do dever cumprido. e a semana seguinte é das mais doces possíveis.

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