terça-feira, 16 de junho de 2009

casa de espelho recomenda: rodrigo campos


Tempos atrás, falei aqui do disco "Excelentes Lugares Bonitos" de Beto Villares. O Beto Villares, juntamente com Antônio Pinto (trilhas de Central do Brasil, Cidade de Deus, Abril Despedaçado e outras) comanda o selo/estúdio Ambulante Discos. Outro nome vinculado ao estúdio é Céu. Enfim, toda essa galera faz parte da cena musical paulistana. Junte-se a esse povo, o pessoal do DonaZica, o Curumim e o povo do Trash Pour 4. Quando ainda freqüentava o myspace com regularidade, tive a impressão de que todos são muito amigos e muito próximos. Por isso, acho que pus uma coisa na minha cabeça: qualquer coisa que venha ali da Ambulante Discos tem 95% de ser excepcional. E é aí que entra o Rodrigo Campos e essa jóia rara que é "São Mateus não é um lugar assim tão longe".

Havia entrado no site da Ambulante em busca de notícias sobre o segundo CD da Céu e do Beto. Mas aí, vi que o disco de Rodrigo Campos estava em fase final de produção. Pouco tempo depois, baixei um mini-cd no próprio site da Ambulante. Pouco tempo depois, topei com o disco no Um Que Tenha. E sabe aquela estatística de que 95% das produções da Ambulante tem a chance de ser excepcional? Pois é, ponha o disco nessa conta. A cada audição - porque como já disse, eu ouço o mesmo disco durante dias seguidos - descobria uma nova particularidade, um novo som, uma nova letra. E o disco ia ficando cada vez melhor. E o disco vai ficando cada vez melhor!

Li uma crítica de Lauro Lisboa Garcia do Estadão cujo trecho segue:

"A analogia com cinema acima não é gratuita. Em forma de crônica social, as letras das canções, sambas na base, sugerem um roteiro cinematográfico, repletas de imagens, personagens e histórias cotidianas narradas com cortes precisos e ambientadas em São Mateus, zona leste paulistana. Sem demagogia, sem rancor, sem apelar para a "estética da fome". Não é à toa que Campos foi buscar Villares para produzir o álbum. Como Pinto, ele tem feito carreira brilhante como compositor de trilhas sonoras de filmes."

Nada melhor para ouvir esse cd do que pensá-lo como um roteiro. São personagens e histórias que dariam vida a vários curtas ou mesmo um longa metragem. Fica a gosto do freguês. Até imaginei a perceira Walter Salles/Daniela Thomas dirigindo.

Para não ficar uma babação de ovo sem fim - embora merecida - vou só fazer menção à Luísa Maita que canta algumas faixas no disco. É uma voz linda! É doce, emociona. Ouçam vocês mesmos duas faixas cantadas pela Luísa: "Mangue e Fogo" e "Que Santo é esse?"


Mangue e Fogo





Que Santo é esse?






Para baixar, clique na imagem.

Um comentário:

.Marcelly disse...

http://coisaparadesocupado.blogspot.com/2009/06/realmente-um-episodio-inesquecivel.html