segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A festa da menina morta (2008) - 6.6


A festa da menina morta é o filme que marca a estréia de Matheus Nachtergaele na direção. E é uma boa estréia.

Talvez pela experiência de ser dirigido por Cláudio Assis em Amarelo Manga e Baixio das Bestas e pela parceria com o escritor Hilton Lacerda (que também além daqueles dois filmes, assina o roteiro deste), o filme de Nachtergaele tem uma áurea dos filmes de Cláudio Assis. É menos "sujo" - na falta de palavra melhor -, mas mantém certo retrato da natureza humana corrompida.

Santinho (Daniel de Oliveira) é uma espécie de líder espiritual de uma pequena comunidade no Amazonas. Depois do suicídio de sua mãe, Santinho recebe da boca de um cachorro, restos da roupa de uma menina morta cujo corpo nunca apareceu. Desde então, Santinho opera como um médium que, todo ano, durante os festejos, revela as mensagens da menina morta.

É interessanto ver como o filme trabalha a irracionalidade da crença. E como, a partir do momento em que a crença ganha contornos consumistas, um dos personagens começa a criticar toda aquela parafernália armada em torno de Santinho e dos festejos.

Mas o filme está longe de ser um primor. É uma experiência válida para o Nachtergaele, mas eu, como público, espero que ele volte a fazer o que sabe fazer - e muito bem, diga-se - que é atuar.

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