terça-feira, 30 de novembro de 2010

da permanência

o que amedronta no medo injustificado
é quando a justiça se faz.

então era cautela
aquele tatear com os pés descalços,
antes de deixá-los à areia movediça?
ou previa mesmo o futuro, cartomante?

e ainda assim quis descer ao hades
mais uma vez...

ouvia a mesmíssima canção.
e mesmo depois de tantas audições
- incontáveis audições -
não aprendera a música de cor...
quis, de novo, entrar na roda.

pois agora dança, passista.
dança que o samba já saiu
e está a lhe esperar...

se alguém há te ver,
é outra história
se alguém há de cingir-se a tua roda,
só um novo enredo dirá

agora, só lhe resta dançar
e sambista que é
puxa esse mesmíssimo canto
faz do teu corpo um tamborim
e vai sambando
e vai levando
e vai até o fim.

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