segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

de onde vem essa canção? - des.encontro

teve uma época, no extinto fotolog, que eu contava como criei algumas das minhas músicas. já não lembro quais apareceram por lá, mas resolvi relembrar algumas histórias. a idéia primeira era aproveitar para gravar todas as músicas novamente. farei isso com aquelas que mudaram muito, ou que não tenho mais comigo. e assim nasce mais uma série - requentada - nesse blog: "de onde vem essa canção?"

canção do dia: des.encontro

aqui no meu hd, o arquivo com a letra dessa canção data de 16 de abril de 2008. sinceramente, não me lembro se essa é data exata da composição. não lembro se essa letra passou pelo caderno de notas que sempre levo comigo ou se foi feita direto no computador. mas olhando retrospectivamente, faz todo sentido que ela tenha sido feita em 2008. puta ano esse!

mas tem uma coisa que me lembro bem: como os acordes menores com nona me agradavam. e aí ficava repetindo ad infinitum em9 e am9. isso me faz desconfiar que letra e música foram feitas juntas. porque eu me lembro de tocar e solfejar e blablar até chegar ao refrão.

e também, faz sentido que a letra seja de 2008 quando, por conta de duas pessoas que conheci, passei a usar caracteres como parênteses, chaves, colchetes e pontuações que subervitam as palavras. e é bem provável que a disposição gráfica da música tenha mudado depois da viagem que fiz ao rio, também em 2008.

pra terminar, uma lista com as coisas que mais gosto na música:
1) poder usar a palavra 'algaravia', e logo no primeiro verso!
2) o refrão
3) a disposição dos versos

a gravação, de semana passada, foi feita no banheiro. pode-se ouvir pássaros cantando no início e em outros momentos aleatórios. lá pelo final, a gravação dá uma estourada. desculpem, mas é o que temos para hoje.

Clique abaixo para ouvir:






des.encontro

minha algaravia é balbúrdia
- querendo voar -
mesmo que as memórias 'inda teimem em jogar.
{sintonoteugostoquemeugostohámuitoseperdeu}
tudo se esquecendo e restando apenas eu calado:
à espera de uma tarde louca.

lanço à vida inteira
e recebo um sonoro não!
cada primavera é um pe(r)dido, um perdão
{sintonomeuprantoqueteuprantonuncamefoimeu}
e daqueles toques
[tantos cheiros!]
só ficou o breu:

(e a tua ausência sentida na cama
+
e a tua presença sentida na alma
=
e a minha presença ausente na calma)

mesmo que me faltem
línguas, peles, o santo suor
mesmo que me privem de mim mesmo
serei todo amor[te] e(n)fim

fiz do nosso verbo
instrumento de toda paixão
da lasciva boca
as palavras (r)iam pelo chão
{vianosteusolhosquemeusolhosjánãoeramteus}
lia, a todo instante,
os anúncios do adeus
e a deus eu pedia sempre
uma chance.

e daqui pra frente sou pretério
mais que imperfeito
tudo que cantara era causa sem efeito
{tuavozeaminhavozea.nossavoz.nãoexistiam}
era uma miragem
que a gente não percebia:

(era eu, amando sozinho e sem par
+
você, amando sozinha e sem par
=
e nós, amando sozinhos, mas em par)

mesmo que me faltem
línguas, peles, o santo suor
mesmo que me privem de mim mesmo
serei todo amor[te] e(n)fim

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