quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

é...

eu ainda não sei como lidar com tudo isso que se passa aqui dentro. há aquela tentação - que é também dúvida - de achar qual culpa me cabe em toda essa história. refaço todos os passos tentando encontrar a palavra (mal)dita que pôs termo. ou que, ao menos, desencadeou tudo que agora acontece. e é um desafio à própria sanidade enfrentar isso que tanto se assemelha à indiferença. mas a hipótese da indiferença é ainda mais indigesta... porque, se ainda ontem tudo ia bem, de onde ela viria? e voltamos ao exame, à busca pela palavra (mal)dita.

esse não saber lidar se converte, então, em medo de ser inconveniente, de invadir o espaço alheio. é que - sim! foi ontem; ou não foi? - o desejo era justamente participar da vida alheia... não saber se esse desejo perdura é o que mais dói. e a gente não se sente no direito de perguntar onde tudo foi parar. de querer saber o que se fez de todo aquele amor. não se sente no direito ou apenas tem medo da resposta ser óbvia demais. e haja ceticismo e suspensão de juízo para dar jeito nessa agonia.

quando a poesia parece se esvair, a gente tenta se prender à literalidade. mas essa também se vai... e o que fica? fica essa dúvida... e aquela busca pela palavra (mal)dita.

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