Ana, sentada à janela, via a chuva cair. Não lhe deixavam brincar lá fora.
E o que tinha de mais brincar na chuva? Ela sempre brincava no chuveiro e na piscina. E então, não era água que caía do céu?
Talvez alguém chorasse quando chovia. Por isso não se podia brincar na chuva. Ana não gostaria que alguém brincasse em suas lágrimas.
E se fosse o choro de deus? Era isso: a chuva era o choro de deus.
Ana entendeu toda a gênese da chuva. E chorou com pena de deus. Ninguém brincou na sua chuva.
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