quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

ela que sempre foi tantos...

ela que sempre foi tantos... o que ela queria era organizar aquela bagunça e acalmar toda aquela algaravia lá dentro. e meter a mão, sem m.e.d.o, no passado. abrir todas as cartas. e reler todas as cartas. e queimar todas as cartas. e sentir o cheiro de todas as cartas ardendo com seu [corpo]. porque só aí encontraria a absolvição. e não era isso que ela lia - ou ouvia - em tantas ocasiões? "serão sempre os [mesmíssimos] malditos aqueles que não ((( ))) de novo e de novo e de novo e de novo..."

todavia, a calma que ela queria não era só pela longa trajetória de lá até ali, mas pelo que ainda viria.a.ser. porque ela sentia, sim, aquela pequena tentação de ser vidente mais uma vez. (mesmo que não acreditasse em cartomantes, horóscopos e coisas do tipo). e a sua quiromancia era outra, singular. adivinhava a vida alheia pelo abraço. adivinhava e tinha um medo só. contudo, via alguma beleza ali. alguma beleza havia e ninguém teria a coragem de negar. ou teria? parecia tão (((frágil))) essa beleza... e ela cá e lá, lutando pra não ser - outra vez - elefante em loja de porcelana.

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