quarta-feira, 13 de abril de 2011

de onde vem essa canção: correspondência

teve uma época, no extinto fotolog, que eu contava como criei algumas das minhas músicas. já não lembro quais apareceram por lá, mas resolvi relembrar algumas histórias. a idéia primeira era aproveitar para gravar todas as músicas novamente. farei isso com aquelas que mudaram muito, ou que não tenho mais comigo. e assim nasce mais uma série - requentada - nesse blog: "de onde vem essa canção?"

canção do dia: correspondência

certa vez, vi um história sobre as parcerias do vinícius de moraes. acho que era chico contava como vinícius adorava fazer parecerias com as pessoas, ainda que o parceiro escrevesse um verso só ou palavra que fosse. achei isso o máximo porque, às vezes, a gente só precisa de uma palavra mesmo. e nem sempre a encontramos sozinho. daí a importância da parceria.

não sou como vinícius. minhas parcerias estão mais para assalto. roubo um verso, na cara dura, e depois aviso pra pessoa: "ó, roubei!". pelo que me lembro, foi mais ou menos o que aconteceu com essa canção. vi esse "abre os armários que eu tô voltando" e pensei: "opa, vai dar samba!". mas não roubei integralmente como fiz em outras vezes. avisei e fiz o convite para uma parceria dentro dos conformes.

e a parceria foi tão completa quem eu nem me lembro quem escreveu o quê, com exceção dos versos supracitados. 'correspondência' é uma das preferidas, principalmente porque me remete sempre a uma belíssima amizade, à viagem inaugural ao rio, à escadaria do teatro municipal, à lapa, a um abraço pra lá de bom.

e ela é a canção do dia porque hoje é aniversário de quem lhe deu vida. caroll, nem me darei ao trabalho de dizer tudo que eu lhe desejo porque, isto, só caberia num abraço. um beijo grande!

clique abaixo para ouvir





correspondência (caroll tinônco / matheus reis)

m.,

e o que ficou esta aí. abre os armários que eu tô voltando, nega. sou tua roupa pra você vestir, sou teu cabide pra m(t)e pendurar. eu sou o teu melhor vestido pra festa! sou o que resta de nosso amor. nosso amor que era outro e era mais. e o que se fez? e o que se faz?

c.


c.,

se aos desvãos do teu corpo eu vergar, deito na cama que eu lhe preparei. espero meu seio em teu peito encostar pra perdoar todos os pecados teus. sim! eu aceito, eu perdôo, eu me entrego. tens em meu ventre teu lar, tua casa, morada, refúgio... mesmo que queiras partir...
e voltar.

m.

Um comentário:

garoto roto disse...

nessas horas aparece o mundo travestido numa grande coincidência. eu sofrendo que estou sem complacência da saudade, num retorno que desejo e que espero demorar... tudo me parece ser para mim, como uma oferenda amiga, como uma armadilha, como o verbo encarnado da minha sina.