sexta-feira, 10 de abril de 2009

diário de bordo - radiohead

quase um mês depois venho eu falar do show los hermanos /kraftwerk / radiohead que aconteceu dia 20 de março na praça da apoteose no rio. é lá uma dívida que tenho com alguns dos poucos que acessam isso aqui. a demora em falar sobre o show não indica que não tenha satisfeito as expectativas. é só a boa e velha preguiça. vamos ao show, pois então.

os ingressos já estavam comprados desde dezembro. e nos dias que antecederam o show, eu era só expectativa. a overdose de radiohead já havia começado e os discos eram tudo que eu ouvia. inclusive durante a viagem pro rio.

cheguei ao rio na quinta feira de manhã e passei praticamente o dia inteiro dormindo. explico: fui de avião numa dessas promoções com horários pornográficos. tive que passar a noite virado para não correr o risco de perder o ônibus rodoviária/confins e, consequentemente, perder o vôo. e passar a noite virado depois de ir ao mineirão assistir cruzeiro x sucre. mas antes de dormir, ainda fui almoçar no chinês: uma das sete maravilhas culinárias. à noite, cerveja e pizza ali pelo catete.

sexta feira era o dia do show. me imaginei mais tenso do que de fato estava. talvez porque mais pessoas foram chegando ao apartamento do pops e aí, a gente acabou se distraindo. o aquecimento foi à base de black&white com energético.

fomos de metrô até a sapucaí. e aí já se ia um dos ainda - ainda que pela metade -, pisar na avenida. sim, porque desde que fui pego pelo samba, sempre quis passar ali pela avenida na bateria do salgueiro (é campeão!). não tinha bateria, não tinha salgueiro, mas deu pra ter uma idéia do que deve ser desfilar no carnaval. e sim! eu sambei mesmo sem samba.

com estranha pontualidade começou o show do los hermanos e tenho que dizer, foi uma grande decepção. sabe quando você reencontra um amigo do colégio e, após aquela alegria inicial do reencontro, fica uma tensão e incômodo de não saber o que dizer? e você percebe que aquele grande amigo mudou completamente, assim como você também mudou? e todos aqueles assuntos em comum que tinham sumiram? se isso acontece, ambos se despedem dizendo que estão atrasados ou inventam qualquer desculpa, combinam uma cerveja que nunca virá e vão embora. se, eventualmente, encontra-se o amigo, apenas um aceno com a cabeça e um: 'opa, tudo bem?'. mas o que acontece se esse reencontro é de uma banda? bem, o que aconteceu foi um show insosso, fraco e estranhíssimo. nem de longe, havia a liga que sempre existiu entre os hermanos. era uma caricatura, uma espécie de banda composta por alunos da 5a série competindo em um festival de música do colégio. estavam claramente cumprindo tabela. particularmente, duvido muito que voltem a gravar um disco. mas os 4 anteriores estão aí pra quem sentir saudades e eles que sigam com seus bons projetos solo.

sobre o show do kraftwerk não há tanto o que falar. extremamente profissional, bem produzido e com toda aquele sincronia de sons, letras e imagens no telão. a despeito das piadas de que eles estavam fazendo o show enquanto navegavam na internet e trocavam idéias no msn, o show foi sim muito bom. e pra quem examina as músicas do kraftwerk com a famosa frase: 'ah... isso até eu faria!', eu respondo com algo que aprendi com carlos, meu professor de literatura: 'é... faria, mas não fez.'

e aí vem o radiohead. uma espera considerável até que todo o palco do kraftwerk fosse desmontado e o palco do radiohead se erguesse. e que estrutura, meu amigo! eram vários tubos caindo do teto. algo parecido com lâmpadas fluorescentes gigantes que iam alternando as cores e criavam uma movimentação conforme a música. a sensação que tive ao vê-los tomar o palco foi parecida com a sensação que tive ao ver a silhueta do chico buarque anos atrás. você está ali tendo a certeza de que o sonho está se realizando. e que realização! o radiohead é a minha maior veia com a música gringa. se hoje eu escuto, quase que integralmente, música brasileira, o radiohead é a excessão à regra.

estava lá o thom yorke com aquela cara horripilante e o olho 'infechável'. e eles estavam pirados! muito, muito empolgados mesmo. me surpreendi com o frenesi do yorke. e o show seguia com clássicos atrás de clássicos. airbag, there there, karma police. tudo espetacular! mas vamos lá aos momentos que mais me emocionaram:

1) a introdução de airbag
2) 'we are accidents waiting to happen' - there there
3) 'for a minute there, i lost myself, i lost myself' - karma police
4) 'no surprises' em absolutamente todos os momentos, em cada nota, em cada invervalo, em cada silêncio
5) 'how to disappear completely' em absolutamente todos os momentos, em cada nota, em cada intervalo, em cada silêncio
6) you and whose army? - pela performance do thom yorke
7) creep - por toda história por detrás

não estão em ordem porque é difícil organizar alguma coisa naquele show. eu era capaz de me ver desacreditando daquilo tudo. e tudo que eu disser agora não conseguirá expressar minha cara diante daquele palco. foi sublime. absolutamente sublime.

agora só falta esperar o joãozinho voltar a fazer show já que perdi a oportunidade ano passado.

* dívida paga, ed. felicidades, meu caro. forza!

Um comentário:

Anônimo disse...

Cara, já fiz tudo que tava ao meu alcance pra gostar do Radiohead e não consegui. Mas gosto mto das fotos da banda, vai lá né...

Forza!!!